Covid-19,confinamento e Sku,o novo desporto radical nascido na Madeira
Estar confinada em casa há quase um mês,como muitos de vocês estão,põe-me a pensar nas minhas viagens realizadas o ano passado,algumas das melhores da minha vida.
Ora,note-se que hoje,dia 7 de Abril,precisamente há 1 ano,estava na maravilhosa ilha da Madeira em viagem de finalistas. Este evento levou-me a recordar um maravilhoso episódio passado nas muito planas ruas do Funchal.
Há aproximadamente 1 ano,acontecia algo maravilhoso: a criação de um belo desporto denominado de "Sku".
Sim,é o que vocês estáo a pensar.
Sim,não é só na Madeira.
Sim,na Madeira é tão radical que digo a verdadeira origem deste desporto é de lá.
Mas vamos à história.
Uma bela manhã,acordo e,tal como a meteorologia previra,chovia a potes. Note-se que a chuva da madeira não se sente igual à do continente. É mais tropical,pelo menos em Abril. Duas colegas minhas,na sua boa fé,verificaram que na cozinha já quase não havia pão e decidiram deslocar-se a uma padaria de modo a trazer pão fresco. Eu,com o meu desejo de sentir chuva tropical (sou uma pessoa muito sensorial,okay?),disse de imediato: "-Vocês vão sair? Vão sair para ir buscar pão?? Eu também vou!!". Nisto,ponho umas calças de ganga (que ainda por cima eram novas,silly me...),um casaco que não deixasse passar a chuva,calço as sapatilhas e vou.
Saímos de casa. Chove. Como diria o José Saramago, estávamos envolvidas por "uma movediça cortina das águas que desciam do céu fechado" -Mas sem a conotação negativa -, que transpirava e respirava uma aragem tropical e pura.
Descendo uma das ruas mais íngremes do Funchal - que tinha de ser logo a nossa - ,tínhamos as colunas arquiadas a 45º com a Normal (desculpem,mas neste momento só me consigo expressar fisicamente),de modo a não rebolarmos estrada abaixo.
Mas eu,que sou eu não é,desço a rua alegremente uns metros mais à esquerda que as minhas amigas. Nisto,o que acontece? Coloco o pé naquelas tampas que dizem "Câmara municipal...(do Funchal,neste caso).
Em qualquer dia normal,os pitons dessas tampas ofereceriam mais atrito do que o de uma estrada.
Mas não.
Não sei se era a força de Atrito contra mim,ou se realmente as tampas referidas no Funchal são mais lisas que a estrada,mas ao pé a sensação foi de andar em gelo.
Já podem imaginar o que aconteceu a seguir.
E portanto,minhas senhoras e meus senhores,ocorreu nesse momento um acontecimento inédito,primordial,radical. O nascimento de um novo desposto: o Sku.
Resultante da junção do Ski com...pronto,fez-me protagonista principal.
Só sei que nunca desci uma rua tão rápido na minha vida.
Só gostava de ter tido a perspetiva das minhas colegas,ao verem-me a descer a rua como o Mário Kart,mas sem o carrinho.
Adiante. Eventualmente,parei mais à frente,dei cabo das calças,dei cabo das mãos...tudo o que tinha estado em contacto com a superfície de abrasão.
Agora,se eu voltei para trás e fui para casa?
Não,fui ao pão na mesma.
Portanto,quando se queixarem das ruas de Coimbra - e note-se que eu reconheço que há algumas mesmooo íngremes e propícias para o desporto referido - ,lembrem-se das ruas do Funchal e,principalmente,de nunca porem o pé nas famosas tampas com "Câmara municipal de Coimbra" escrito.